
A bandeira tricolor da República Rio-Grandense tremulava airosa em São Pedro do Rio Grande do Sul, após o grito de soberania ocorrido em 11 de Setembro de 1835, na voz retumbante do grande General Antônio de Souza Netto, para inconformidade das hostes imperiais, razão suficiente para as forças do Imperador, humilhadas pelos revolucionários, tentar reverter a situação e reconquistar o território perdido, reagrupando as forças, agrupando os reforços recebidos, vindos de outras províncias, como São Paulo e Rio de Janeiro.
As conquistas dos revolucionários farroupilhas em tempo tão exíguo, inimaginável, inclusive aos olhos destes, causaram espanto e surpresas, por óbvio, deixaram lacunas administrativas na emergente República, esses vácuos, permitiram a reestruturação dos imperiais, que, contando com maior contingente de forças e armamento, além de pessoas a ele ligadas, pouco a pouco, foi se reconstituindo do choque e retomando espaços.
Os republicanos mantiveram os movimentos e perseguiam os principais pontos do Império, ainda que claudicassem na preservação das áreas conquistadas, compreensível pelas circunstâncias, contudo, mereceram a perseguição e emboscadas por parte dos imperiais. Desta forma, Bento Gonçalves, Onofre Pires e outros líderes, com o contingente que conquistou Porto Alegre, tentando agrupar-se a Netto, após a proclamação da República, enfrentaram as forças imperais, ocorrendo o maior combate do decênio Heróico.
Pasmem! As forças imperiais, já com a presença de Bento Manuel Ribeiro, ex-republicano, estranhamente, havia aderido ao Império, mas um homem astuto e estrategista militar, experiente em combates na Cisplatina, vitorioso, arquitetou e levou a efeito um plano no qual, ao tentar atravessar o rio, os agora republicanos se defrontaram com o inimigo, por todos os lados. Após ferrenhos embates, as partes compuseram um armistício e nele, segundo relatos, todos os republicanos sem patentes, foram liberados, porém, deveriam entregar o seu armamento. Consta que muitos deles, optaram por joga-las nas águas.
Restaram presos diversos líderes, dente eles, Bento Gonçalves da Silva, Mariano Ribeiro, Onofre Pires, Pedro Boticário, José de Almeida Corte Real, José Calvet, também, neste embate, também foi preso o carbonário Tito Lívio Zambecari.
O combate do Fanfa merece a conotação de TRAIÇÃO DO FANFA! Esta alusão, supostamente está ligada a Bento Manuel Ribeiro, que havia trocado a casaca!
Texto de Renato Schorr