Bebida típica da cultura gaúcha, o chimarrão faz parte da tradição do sul da América do Sul. Legada pela cultura indígena, os primeiros povos a fazerem uso da erva-mate foram os índios guaranis e os caingangues.
Composto por uma cuia, uma bomba, erva-mate moída e água quente (sendo 64ºC a temperatura ideal, obtida quando a chaleira começa a chiar) o chimarrão é considerado uma bebida coletiva, por fazer parte de um hábito comunitário em que a cuia é compartilhada em forma de ritual. Contudo, nada impede que seja tomado sozinho.
Advindo do espanhol cimarrón, o chimarrão (termo adotado no Brasil) é também chamado de ‘mate’ (termo oriundo do quíchua mati) em países de língua castelhana.
O mate amargo (sem açúcar) é famoso por suas propriedades desintoxicantes, pois além de matar a sede, mantém o organismo sadio. Rica em cálcio e ferro, a erva-mate passa por diversos processos até ser considerada própria para o chimarrão.
A tradição do chimarrão é antiga e mesmo antes da chegada dos europeus à América, as tribos indígenas já utilizavam as folhas da erva-mate para preparar a bebida. Nos primórdios, a comunidade indígena consumia o chimarrão através de um canudo de taquara, caniço ou osso, filtrado com fibras vegetais.
Inicialmente, os jesuítas espanhóis proibiram o consumo da erva-mate nas Missões, denominando a planta como “erva do diabo”, devido aos seus supostos efeitos afrodisíacos. Contudo, após experimentar a bebida, passaram a utilizá-la e organizaram o cultivo e a produção da erva-mate para o comércio. De acordo com relatos, o consumo do chimarrão foi estimulado pelos jesuítas como forma de combater o alcoolismo dos índios.
Conheça a lenda da erva-mate – versão indígena
http://www.portaldasmissoes.com.br/site/view/id/1551/lenda-da-erva-mate-versao-indigena.html
Com o passar do tempo foram surgindo diversas formas de preparar a erva-mate, que pode ser tomada a qualquer hora do dia, tanto no inverno quanto no verão.
Considerado um ato amistoso, beber chimarrão é um hábito que mantém a cultura gaúcha e está presente em toda casa que preserva as tradições.
Tido como símbolo da hospitalidade sulista, ainda hoje o consumo generalizado do chimarrão é um hábito fortemente arraigado no Brasil (principalmente no estado do Rio Grande do Sul e também no Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rondônia), Paraguai, Uruguai, Argentina e em parte da Bolívia e do Chile.
Assim, o chimarrão é um hábito histórico, herdado de geração para geração e que preserva a tradição do povo do Rio Grande do Sul. De mão em mão, na roda de chimarrão a Fama estimula a preservação da cultura gaúcha, que permanece viva no nosso dia-a-dia.